Ouvir a alma é aprender a discernir entre sentimentos e o conjunto variado de manifestações íntimas do ser, sedimentadas na longa trajetória evolutiva, tais como instintos, tendências, hábitos, complexos, traumas, crenças, desejos, interesses e emoções.
Escutar a alma é aprender a discernir o que queremos da vida, nossa intenção-básica. A intenção do Espírito é a força que impulsiona o progresso através do leque dos sentimentos. A intenção genuína da alma reflete na experiência da afetividade humana, construindo a vastidão das vivências do coração - a metamorfose da sensibilidade.
A conquista de si mesmo consiste em saber interpretar com fidelidade o que buscamos no ato de existir, a intenção magnânima que brota das profundezas da alma em profusão de sentimentos.
Os discípulos sinceros do Espiritismo reflitam na importância do auto-amor como condição indispensável ao bom aproveitamento da reencarnação. Estar em paz consigo é recurso elementar na boa aplicação dos Talentos Divinos a nós confiados.
Amar-se não significa laborar por privilégios vantagens pessoais, mas o modo como convivemos conosco. Resume-se, basicamente, na forma como tratamos a nós próprios. A relação que estabelecemos com nosso mundo íntimo. Sobretudo, o respeito que exercemos àquilo que sentimos. A auto-estima surge quando temos atitude cristã com nossos sentimentos.
O amor a si não se confunde com o egoísmo, porque quem tem atitude amorosa consigo está centrado no self*. Deslocou o foco de seus sentimentos para a fonte de sabedoria e elevação, criando ressonância com o ritmo de Deus. Amar-se é ir ao encontro do Si Mesmo como denominava Jung.
Self: É o arquétipo da totalidade, isto é, tendência existente no inconsciente de todo o ser humano à busca do máximo de si mesmo e ao encontro com Deus. É o centro organizador da psiquê. É o centro do aparelho psíquico, englobando o consciente e o inconsciente.
Livro: Escutando sentimentos – Ermance Dufaux