Para entender o mundo dos chamados sensitivos, ou seja, de pessoas que têm dons especiais, como inspiração, intuição, premonição, vidência, clarividência, entre outros, a psicóloga Célia Carvalho de Moraes defendeu, na Universidade de Brasília, uma tese de mestrado intitulada ''Fenômenos Religiosos Espirituais''. A conclusão dela foi polêmica:
''Os sensitivos não são loucos. Eles sentem realmente tudo aquilo que falam e dependem muito das pessoas que estão ao seu redor para se auto-afirmarem'', diz a psicóloga.Segundo Célia, a tese revelou que, ainda hoje, há muitos sensitivos internados em hospitais psiquiátricos como loucos, escravizados em remédios, porque não tiveram o apoio da família. Como exemplo, ela cita o caso de dois rapazes que participaram da pesquisa.
''Por coincidência, os dois têm o mesmo nome, idade e viam coisas semelhantes: muitas luzes e um senhor dentro delas. O pai de um deles é espírita. Ele compreendeu as visões do filho e o levou a um centro espírita para aprender a controlar a mediunidade. O pai do outro é militar e encaminhou o filho a um psiquiatra. Hoje, o que foi acolhido pela família está bem. Mas o outro acabou sendo aposentado por invalidez e está preso em remédios'', comenta.
A psicóloga explica que, para fazer a pesquisa, colocou anúncios em vários jornais à procura de pessoas que tivessem dons sobrenaturais. Segundo ela, 80 pessoas responderam ao anúncio. Destas, 49 passaram por entrevistas e apenas 26 acabaram selecionadas.
Uma das sensitivas que mais chamou a atenção é a vidente Rosa Maria, pessoa bastante conhecida em Brasília que sofreu muito porque não teve apoio quando começou a manifestar os primeiros sinais de mediunidade, ainda na infância.
''A Rosa me disse que estava feliz porque entendi a loucura dela e que, por causa disso, agora poderia ajudar loucos como ela.''
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Autor: Cláudio Marques