Como boa religião fundamentalista, a religião sob o qual fui criado, não aceitava que houvesse mais nada no mundo certo. Nem bom. Nem útil. Não está na Bíblia? É coisa de satanás! cuidado! Era o que mais comumente eu ouvia. As condenações eram quase sempre baseadas em questionáveis interpretações bíblica. E, sendo assim, acabei por optar em agir sempre com cautela toda vez que me aparecia a oportunidade de condenar o comportamento alheio.
Esse preâmbulo me parece oportuno em função do tema que escolhi para escrever hoje. O Espiritismo, Doutrina que escolhi para vivenciar após analisar criteriosamente as suas respostas às minhas centenas de inquietantes perguntas, jamais condena. Não, o Espiritismo a nada condena. O Espiritismo esclarece. Uma vez esclarecido, consciente do que representa cada ato e a repercussão de suas consequências, é a própria pessoa que decide o que deve fazer. Assim, o Espiritismo também não condena o Carnaval.
Passemos então aos esclarecimentos sobre essa festa impressionante. E cada um decida por si. Carnaval, em per si, significa a Carne nada vale. É a festa da carne. Há uma explosão de alegria estimulada pelos excessos de álcool e temperada pelos excessos. Aproveita-se a festa para se brincar, pular até cair, beber até não se saber que é, e dar vazão à compulsão sexual seja lá com quem for que se lhe apresente interessante. Ora, de tudo isso sabemos. O que há de novo? O que há de novo são os espíritos…
Já semanas antes do Carnaval, a Terra começa a ser invadida por milhares e milhares de espíritos trevosos, perturbados, viciados e viciadores. A descrição feita por diversos amigos espirituais é perturbadora. A turba multa é de aspecto lamentável e repugnante. O quadro que se apresenta de entidades sofredoras mas crentes de que são apenas gozadoras dos prazeres e das luxúrias, é deveras doloroso. Dizem os Espíritos Superiores que o nosso planeta é invadido pelas mais pesadas entidades que habitam as regiões tenebrosas da crosta terrestre. Sendo assim, muitos crimes são engendrados para o período de Carnaval. Obsessões de amplitudes terríveis são executadas nos dias de gozo irresponsável e sinistros conluios entre encarnados e desencarnados são consumados.
Ao participar de uma festa carnavalesca, sempre regada a bebida, agitação e sensualidade, tem o Espírita a compreensão que, ali, ele não se fará acompanhar dos seus amigos, mentores e protetores espirituais. Não há novidades nisso. Eles têm mais o que fazer. Naturalmente nos aconselharão pela intuição para que não sigamos para a festa de Momo, mas temos o nosso livre arbítrio. É nossa a Decisão. Eles já tomaram as deles. Irão se dedicar a ajudar o próximo e continuar a trabalha na Vinha do Pai. Se escolhemos o carnaval, estamos por nossa conta. E, por nossa conta, adentramos o território dos espíritos obsessores e vampiros da sexualidade e da luxúria. O resultado disso é, invariavelmente, arrastarmos par ao nosso psiquismo, por sintonia automática, entidades sofredoras e perturbardas e, por outro lado, por sintonia planejada, outras entidades que conosco têm algum vínculo de ódio.
Todas as casas espíritas têm conhecimento disso, notadamente as que trabalham com o tratamento da obsessão espiritual: Uma vez iniciado o ano, há sempre um número menor de participantes; após o carnaval, as casas repentinamente se enchem! É a obsessão coletiva, plantada, semeada, adubada e florescida em pleno carnaval. Muitas pessoas iniciam ali processos de Síndrome de Pânico, fobias, pesadelos recorrentes, desestruturação de personalidade, problemas no lar, exacerbação de tendências que nem eram tão fortes assim, tais como a álcoofilia, a sexofilia, e etc. Muitas pessoas perdem a oportunidade de progredir espiritualmente, retardando as suas marchas evolutivas pro décadas, senão séculos, vitimados pela ‘necessidade’ de brincar o seu carnaval.
O trabalho dos mentores espirituais para socorrer os alfitos de toda ordem, agredidos em suas tessituras espirituais por tais festas, é gigantesco. E doloroso. Alguns dos piores casos de Obsessão, qual seja a subjugação (ou possessão), são originadas nos grupos de folia carnavalescas. E, claro, como a imensa maioria das pessoas sequer cogitam do mundo espiritual, jamais irão buscar o socorro nas Casas Espíritas. Como não há outros locais que tenham o conhecimento clarificador sobre os processos obsessivos, a patologia possui uma grande tendência a se instalar, crescer e vitimar, fatalmente, o invigilante folião.
A essa altura, os mais reticentes poderão alegar: Eu conheço pessoas que brincam carnaval a vinte ou trinta anos, e estão aí, felizes e fagueiras! Nada lhes acontece! Como você justifica isso? Não justificamos. Não temos tempo pra isso. Explicamos, através do Espiritismo o que ocorre. Cada um escolhe o seu caminho. Como adendo, apenas uma coisa: Qual o seu conceito de felicidade? Para as pessoas que se realizam, e só se realizam em festas tais quais as carnavalescas, ainda não é hora do Espiritismo tocar-lhes o coração.
Rogamos apenas a Deus que elas continuem sem serem molestadas pelas trevas, ainda que tenhamos a plena consciência de que, a adentrar em um charco de lodo, fatalmente estaremos a braços com a podridão a grudar em nós. Aos que compreendem o que é o Carnaval, apelamos para que elevem seus pensamentos em preces a Deus, por todos aqueles que padecem, ainda agora, as dolorosas consequências da Obsessão Coletiva.
Ylen Asor ( http://espirito.blog.br )
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