Às vezes, perguntam-me na rua: É verdade que vocês comunicam-se com os mortos? Como faço para comunicar-me com meu pai ou filho que já morreu? As duas perguntas merecem resposta, antecedidas de algumas ponderações: Os espíritas não se comunicam com os mortos, em primeiro lugar porque mortos não existem. Todos vivem após a morte. E o telefone só toca de lá para cá! Vamos explicar:
Os Centros Espíritas realizam sim reuniões mediúnicas de intercâmbio com os espíritos, que nada mais são que as almas dos homens que já se foram pelo fenômeno da morte. São reuniões sérias, onde devem predominar a coerência, a discrição e muita responsabilidade. Essas comunicações ocorrem através de reuniões em dias e horários previamente estabelecidos, em regime privativo, pois que não se trata de espetáculos para serem assistidos, já que sua finalidade é instruir os homens e ajudar os espíritos em dificuldades.
Elas ocorrem naturalmente, quando em ambiente preparado e propício, os médiuns (homens normais dotados de sensibilidade para servirem como instrumento de intercâmbio entre homens e espíritos) oferecem passividade e os espíritos falam ou escrevem, dependendo da faculdade que o médium detém.
Este ambiente propício e preparado se compõe de pessoas com afinidade entre si e imbuídas do mesmo desejo de auxiliar o semelhante, com vontade firme e perseverante de fazer o bem, que se pautam pela assiduidade e responsabilidade, priorizando a prática com amor e fidelidade.
Quanto à identificação dos espíritos comunicantes, é importante dizer que este é um detalhe de menos importância. Não há tanta preocupação em identificar o comunicante, justamente para não gerar especulação. Se este se identificar espontaneamente, tudo bem, mas não se vai ficar inquirindo o espírito sobre sua identidade.
Por outro lado, a comunicação de ente queridos, usamos a expressão acima colocada e usada por Chico Xavier: “O telefone só toca de lá para cá“. A decisão de comunicar-se sempre parte dos espíritos.
Que garantia temos ao chamar ao espírito para comunicação, de que realmente se trata dele mesmo? Como aqui, lá também há enganadores e mal intencionados.
Para que um espírito se comunique, há certas condições a serem observadas:
1 - Se ele realmente deseja;
2 - Se ele pode;
3 - Se ele tem condições;
4 - Se ele tem permissão;
5 - Se ele encontra condições nos médiuns à disposição;
6 - Se o ambiente lhe é favorável.
Veja que não é tão fácil assim… Por isso, a espontaneidade, com detalhes, é muito mais garantia de verdadeira identidade.
Por esses motivos todos, os leitores podem avaliar que os espíritas levam muito a sério esta questão da comunicação com os espíritos. Nada de leviandade neste campo, pois estamos lidando com inteligências livres, de vontade própria e nada diferentes dos homens, apenas a moradia.
Aliás, a esse respeito é importante dizer, referindo-se à existência de enganadores e trapaceiros também por lá, que o fato de alguém morrer ou desencarnar na linguagem espírita, de modo algum indica passaporte para a virtude. Continuamos o que somos, com defeitos, virtudes, conhecimento ou ignorância, havendo aí a necessidade de retorno ao planeta para novas experiências evolutivas.
Mas é muito natural que quem perdeu alguém querido, tenha o desejo de saber notícias, de comunicar-se com ele. Neste caso, meu caro leitor ou leitora, mantenha firme confiança em Deus e aguarde o momento, que surgirá. Fuja de charlatães ou pessoas inescrupulosas. Se por acaso, tiver que procurar algum grupo espírita, escolha o que mantenha mais fraternidade entre seus integrantes, onde impera a cordialidade, a sinceridade, a responsabilidade e principalmente o respeito ao semelhante, mesmo que ele seja um espírito.
Para conhecer todos esses detalhes, meu caro, estude. Integre-se a um grupo sério (existem muitos) e você terá acesso a essas maravilhosas informações.
Texto de Orson Peter Carrara IN Celeiro da Luz
6 comentários:
Sinto seriedade e compromisso na senhora e no seu blog, por isso estou tomando a liberdade de lhe pedir uma orientação sobre algo que vem a me perturbar a muito tempo. Meus pais são frequentadores do centro espiritualista V.A.)aquele famoso de Brasília) mas eu não. Acontece que por diversas vezes recebo recados dado a eles por pessoas incorporadas, e nesses recados me pedem para desenvolver minha mediunidade, há uma insistência para que frequente a casa. Me sinto coagida com isso, porque não ouço, não vejo, não sinto cheiro de nada e nem de ninguém, apenas se eu me concentrar muito consigo prever coisinhas bobas do dia a dia que julgo ser o tal sexto sentido feminino.
Acontece que venho sofrendo com isso, mas não tenho simpatia pelo lugar e nem pela forma como é feito o trabalho, apesar de ser uma caridade.
Sou uma pessoa muito triste, solitária, que esconde isso e no dia a dia finge ser feliz ou pelo menos tento ser. Por favor eu só queria uma palavra que me oriente quanto a minha angústia que citei. Parabens pelo ótimo blog.
Obrigada por ler meu recado e desculpe usar seu espaço.
Fique com Deus!
A.
ANÔNIMO
Você tem toda a razão de se sentir constrangida e coagida. É contra os princípios de Espiritismo kardecista que qualquer espírita tente convencer alguém a se tornar espírita. A adesão ao Espiritismo deve ser espontânea e livre de qualquer pressão. A mediunidade não pode ser desenvolvida, apenas pode ser educada, para que a médium saiba como lidar com o fenômeno de forma correta. Pelo que você falou, é provável que não seja médium. Valeria que conversasse com algum espírita ou que lesse o livro dos médiuns (de Alan Kardec) para que se inteirasse sobre a mediunidade.
Um abraço fraterno para você.
Muito obrigada! As suas palavras me deram um grande alívio. Vou procurar a federação da minha cidade e conversar com alguém a respeito. Fique com Deus! Abraço.
Bom dia!
Eu gostaria muito de frequentar um Centro Espirita sério aqui no Rio.
Meu genro acabou de falecer num acidente, muito jovem e, sinto que seu espírito precisa muito de oração.
Vc poderia me indicar algum?
Abraços
Andréa
ANDREA,
Resido no Rio no Grande do Norte. Assim sendo, não conheço os centros de boa qualidade mo Rio. Mas, você poderá se informar na Federação Espírita do Rio de Janeiro. Procure o telefone no catãlogo ou consulte o Google. Espero que logo encontre um centro e a ajuda que precisa. Um abraço fraterno.
Grata pela atenção, vou procurar agora mesmo.
Bjs
Andréa
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