22 de novembro de 2011

As aparições de espíritos







As aparições propriamente ditas ocorrem no estado de vigília, no pleno gozo e completa liberdade das faculdades da pessoa. Apresentam-se geralmente com uma forma vaporosa e diáfana, algumas vezes vaga e indecisa. Quase sempre, a princípio, é um clarão esbranquiçado, cujos contornos vão se desenhando aos poucos. De outras vezes as formas são claramente acentuadas, distinguindo-se os menores traços do rosto, a ponto de se poder descrevê-las com precisão. As maneiras, o aspecto, são semelhantes aos do Espírito quando encarnado. Podendo tomar toda as aparências, o Espírito se apresenta com aquela que melhor o possa identificar, se for esse o seu desejo. Assim, embora não tenha, como Espírito, nenhum defeito corporal, ele se mostra estropiado, coxo, corcunda, ferido, com cicatrizes, se isso for necessário para identificá-lo. Há os que muitas vezes se apresentam com símbolos da sua elevação, como uma auréola ou asas, pelo que são considerados anjos. Outros carregam instrumentos que lembram suas atividades terrenas: assim um guerreiro poderá aparecer com uma armadura, um sábio com seus livros, um assassino com seu punhal, e assim por diante. Os Espíritos superiores apresentam uma figura bela, nobre e serena. Os mais inferiores têm algo de feroz e bestial, e algumas vezes ainda trazem os vestígios dos crimes que cometeram ou dos suplícios que sofreram. O problema das vestes e dos objetos acessórios é talvez o mais intrigante. Dissemos que a aparição tem algo de vaporoso. Em alguns casos poderíamos compará-la à imagem refletida num espelho sem aço, que apesar de nítida deixa ver através dela os objetos detrás. É geralmente assim que os médiuns videntes a distinguem. Eles as vêem ir e vir, entrar num apartamento ou sair, circular por entre a multidão com ares de quem participa, ao menos os Espíritos vulgares, de tudo o que se faz ao seu redor, de se interessarem por tudo e ouvirem o que diz. Muitas vezes se aproximam duma pessoa para lhe assoprar idéias, influenciá-la, quando são Espíritos bons, zombar dela, quando são maus, mostrando-se tristes ou contentes com o que obtiverem. São, em uma palavra, a contraparte do mundo corporal. O Espírito que deseja ou pode aparecer reveste algumas vezes uma forma ainda mais nítida, com todas as aparências de um corpo sólido, a ponto de dar uma ilusão perfeita e fazer crer que se trata de um ser corpóreo. Em alguns casos, e dentro de certas circunstâncias, a tangibilidade pode tornar-se real, o que quer dizer que podemos tocar, palpar, sentir a resistência e o calor de um corpo vivo, o que não impede a aparição de se esvaecer com a rapidez de um relâmpago. Nesses casos, já não é só pelos olhos que se verifica a presença, mas também pelo tato. Se pudéssemos atribuir à ilusão ou a uma espécie de fascinação a ocorrência de uma aparição simplesmente visual, a dúvida já não é mais possível quando a podemos pegar, e quando ela mesma nos seguras e abraça. As aparições tangíveis são as mais raras.


FONTE: Blog Espírita Celeiro de Luz

4 de novembro de 2011

Nosso Lar, um filme extraordinário!.





Realmente emociona, leva às lágrimas e faz refletir maduramente sobre o quanto falta ainda fazer por nós mesmos e uns pelos outros. Esse “fazer” por nós mesmos na indicação clara de quanto precisamos disciplinar o próprio comportamento, de quanto precisamos nos desprender de tendências egoísticas ou rebeldes, de apegos ou vaidades tolas e pretensiosas.
E o “fazer” uns pelos outros, no estímulo vivo que oferece para a solidariedade e a compreensão com as dificuldades alheias. Mas não é só. Ele reflete a realidade. E o faz de maneira comovente. Os momentos ali retratados, fazendo pensar sobre os valores da família, dos laços de afeto, da responsabilidade individual perante a vida, entre tantos outros, por meio de uma realidade palpável pelo raciocínio e pela sensibilidade, levaram-me às lágrimas. Principalmente por perceber o esforço na propagação da imortalidade da alma. Não há equívocos, não há fantasias, não há distorções, apesar das adaptações próprias para uma produção cinematográfica.
Sim, exatamente, falamos do filme Nosso Lar. Espetacular, extraordinária produção do cinema nacional. Vá ver amigo (a). E não precisa se assustar, caso você não tenha contato com os ensinos do Espiritismo. A realidade de sofrimento, no início do filme, apenas reflete a distância do personagem com os valores reais da virtude e da vinculação com os autênticos valores da alma, entre eles a prece, é óbvio. E considere ainda que ninguém nunca está desamparado. Sempre haverá alguém a nos receber, mas precisamos igualmente abrir as portas do coração. Sim, a imortalidade é realidade gloriosa. E ouso acrescentar, é uma realidade comovente porque apenas retrata a Bondade de Deus que não nos criou para a destruição nem para o sofrimento. A emoção poderá surgir em cada um de maneira diferente, pois são vários os caminhos que fazem refletir. E poderá mesmo não te causar emoção, mas vai te fazer pensar. E antes de considerar tudo aquilo uma fantasia, leia o livro do mesmo nome e busque embasamento em O Livro dos Espíritos, mas faça-o de maneira imparcial, sem prevenções, raciocinando com as lições, é o convite que faço ao leitor não habituado a tais reflexões e muitas vezes resistente a tais ideias. Belíssimo filme. Penso que é um marco na história humana. Sem vulgaridades, sem fantasias e com esmero os produtores e atores, demonstrando uma vez mais a criatividade e o talento nacionais, fizeram uma obra prima do cinema. Que alegria, que gratidão, amigos em toda parte! E, claro, ideal que o leitor também leia o livro. Nosso Lar foi psicografado por Chico Xavier, publicado em 1944, já vendeu mais de um milhão de cópias, e é apenas o primeiro de uma série que ficou conhecida com a Série André Luiz, composta de 13 obras de grande valor científico-literário-filosófico-religioso.

Autor: Orson Peter Carrara


Imagem na postagem: Foto da cidade espiritual Nosso Lar, tal como foi descrita por André Luís e reproduzida no filme com o mesmo nome.