23 de novembro de 2009

Foi assim que encontrei a paz.


 Em minha busca de crescimento espiritual, nunca rejeitei a leitura dos ensinamentos de várias filosofias e doutrinas de cunho rellgioso, colhendo nelas o que poderia contribuir para meu melhor entendimento das coisas do espírito. Hoje, selecionei um texto sobre ensinamentos de Buda que nos oferece a visão deste mestre iluminado acerca da felicidade.  EVA.

"Buda ensinou que até mesmo a felicidade pessoal é sofrimento ou insatisfação. Ela é inseparável do seu oposto. A felicidade e a infelicidade são, na verdade, uma coisa só. Somente a ilusão do tempo as separa. Isso não significa uma negatividade. É simplesmente reconhecer a natureza das coisas, para não viver atrás de uma ilusão pelo resto da vida.
Nem quer dizer que você não deva mais apreciar os objetos e as circunstâncias agradáveis e bonitas. Porém, usá-los para procurar aquilo que não podem dar – uma identidade, um sentido de permanência e satisfação – é uma receita para a frustração e o sofrimento. Toda a indústria da propaganda e a sociedade de consumo entrariam em colapso se as pessoas se tornassem iluminadas e deixassem de tentar encontrar as suas identidades através dos objetos.
Quanto mais usarmos esse caminho para encontrar a felicidade, mais estaremos nos iludindo. Nada lá fora vai conseguir nos trazer satisfação, exceto por um tempo e de modo superficial. Mas talvez você precise passar por muitas decepções antes de perceber a verdade. Os objetos e as circunstâncias podem lhe dar prazer, mas também vão lhe trazer sofrimento. Eles podem lhe dar prazer, mas não trazer alegria.
A alegria não tem uma causa e brota dentro de nós como a alegria do Ser. É uma parte essencial do estado de paz interior, conhecido como a paz de Deus. É o nosso estado natural, não algo por que tenhamos de lutar para conseguir. As pessoas, em geral, não percebem que a “salvação” não está em nada do que façam, possuam ou consigam.
Aquelas que percebem ficam, muitas vezes, enfastiadas do mundo e deprimidas. Se nada pode lhes dar um verdadeiro prazer, será que resta alguma coisa por que se empenhar? Com que objetivo? O profeta do Velho Testamento deve ter chegado a essa conclusão quando escreveu: “Tenho visto tudo o que se faz debaixo do sol e eis que tudo é vaidade e uma luta contra o vento”. Quando você chega a esse ponto, está a um passo do desespero e um passo mais longe da iluminação.
Uma vez um monge budista me disse: “Tudo o que aprendi nos vinte anos em que sou monge pode ser resumido em uma frase: Tudo o que surge, desaparece. Isso eu sei”. O que ele quis dizer foi o seguinte: aprendi a não oferecer qualquer resistência ao que é; aprendi a permitir que o momento presente aconteça e a aceitar a natureza impermanente de todas as coisas e circunstâncias. Foi assim que encontrei a paz.
Não oferecer resistência à vida é estar em estado de graça, de descanso e de luz. Nesse estado, nada depende de as coisas serem boas ou ruins. É quase paradoxal, mas, como já não existe mais uma dependência interior quanto à forma, as circunstâncias gerais da sua vida, as formas externas, tendem a melhorar consideravelmente. As coisas, as pessoas ou as circunstâncias que você desejava para a sua felicidade vêm agora até você sem qualquer esforço, e você está livre para apreciá-las enquanto durarem.
Todas essas coisas naturalmente vão acabar, os ciclos virão e irão, mas com o desaparecimento da dependência não há mais medo de perdas. A vida flui com facilidade. A felicidade que provém de alguma coisa secundária nunca é muito profunda. É apenas um pálido reflexo da alegria do Ser, da paz vibrante que encontramos dentro de nós ao entrarmos no estado de não-resistência. O Ser nos transporta para além das polaridades opostas da mente e nos liberta da dependência da forma.
Mesmo que tudo em volta desabe e fique em pedaços, você ainda sentirá uma profunda paz interior. Você pode não estar feliz, mas vai estar em paz."
Fonte: O Poder do Agora

3 comentários:

Marina disse...

É muito bonita e verdadeira esta mensagem, Difícil é praticar a que ensina. Eu não conheco nada sobre os ensinamentos de Buda.

Anônimo disse...

Profundo e benéfico esse ensinamento budista. Gostaria de ter ter atitude para tentar seguir o que ensina.

eLaYnE(s) e Ponto disse...

Muito bom o tema.Eu gosto muito da filosofia budista,não sou praticante mas quando tenho oportunidade participo de alguns eventos.Acredito que tudo que pudermos aprender para nosso crescimento é válido, principalmente,,quando é para ser e estar melhor. Parabéns pela escolha e abordagem. Bjus da Layne.